O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o país com maior número de pessoas recuperadas de covid-19 no mundo, informa a Universidade Johns Hopkins, que tem monitorado a pandemia do novo coronavírus em parceria com órgãos equivalentes ao Ministério da Saúde em todos os países.
O painel da Johns Hopkins mostra, no momento da reportagem, que o Brasil contabiliza 660.469 pacientes recuperados, enquanto os Estados Unidos somam 656.161. A Rússia está em terceiro lugar e registra 374.557 pessoas que foram contaminadas, mas não apresentam mais sintomas da doença.
Enquanto os casos de Coronavírus (Covid-19) vêm aumentando exponencialmente em Roraima, ao mesmo tempo o número de pacientes recuperados também vem crescendo. O boletim epidemiológico publicado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) nesta segunda-feira (22) aponta que, das 10.340 pessoas que foram infectadas até o momento (2.152 diagnósticos positivos registrados na presente data), 2.791 se recuperaram da doença.
Em Roraima, atualmente, 2.831 pessoas são consideradas recuperadas mediante tratamento médico. Ou seja, em sete dias, 1.006 pessoas deixaram de ter a doença, uma diferença de aproximadamente 56,3%.
Uma dessas pessoas que passaram por todo o ritual de tratamento e agora estão recuperadas do Coronavírus é a administradora Mayara Aragão, de 31 anos. Ela começou a sentir os sintomas a partir do dia 5 de maio, tais como tosse seca e febre. Dois dias depois, começou a sentir indisposição, enjoo e vômito.
“Mas na manhã de 10 de maio, confesso que me desesperei, algo estava diferente, pois ao tomar banho, não senti cheiro de nada. Ao passar perfume, parecia que estava passando água em mim. E detalhe, era manhã do dia das mães. Fui entregar o presente da minha mãe, mantendo a distância, usando máscara, procedimentos esse que passei a fazer desde os primeiros sintomas, e ela me abençoou e disse: você está tão cheirosa filha! E eu: Mãe, eu não sinto! Chorei e ela como mãe, me acalmou e disse: minha filha, graças a Deus você está bem, se for realmente essa doença, você está bem!”, comentou ela em depoimento publicado em uma rede social.
Ainda nesse relato, Mayara conta que fez o teste para a doença no oitavo dia de sintomas, cujo resultado deu negativo. Mesmo inquieta com o fato de estar com ausência de olfato e paladar, ela voltou ao trabalho no mesmo dia.
“Meu irmão também apresentou sintomas e dia 21 pela manhã, ele já com 10 dias de sintomas, testou positivo. E com isso eu comuniquei no trabalho tal resultado. E na mesma hora já marcaram meu novo teste, que na tarde do mesmo dia, eu já com 16 dias dos sintomas, também testei positivo. Então, se você sentir algo, procure se observar, se monitorar. Não tem ninguém que lhe conhece melhor, que você mesmo. Não sou da área, mas por experiência vivida, aconselho a se observar, ficar em casa, tomar os devidos cuidados. Dando os 10 dias se dirija a uma UBS. Agradeço todas as orações a mim dedicada, que me foram muito válidas. Tive dias de altos e baixos, mas mantive a fé e a esperança e EU VENCI”, comenta ela no relato.
Por fim, ela pontou o quanto é complicado ter que conviver com um vírus que ainda não é totalmente conhecido pela população e tudo é incerto.
“Nunca se imaginou que um vírus pararia o mundo e levaria tantas vidas. Vencer ele é uma batalha árdua, primeiro do seu corpo lutando contra ele, depois você luta pra ser assistida e assim fazer o tratamento adequado. E em meio a tudo, você tem que ajudar sua mente a ser forte e juntos encararem todo despreparo de todos. Porque muitas pessoas por medo, não sabem como agir”, disse ela a reportagem.